As formas possuem almas, e já haviam dito isso bem antes de qualquer teoria ocidental marxista lukacsiana. A alma está não só no animismo, nem só em um imanentismo - como se as paredes quadradas e as coisas retas fossem algo por si, e com sua própria "subjetividade". Não é assim, e vemos isso nos filmes de Tsai Ming-Liang.
Lá os apartamentos, cubículos de Taiwan são continuidades do corpo dos personagens. Em The Hole o todo se vê nas partes, e o contrário também. A perfeição com que o diretor nos passa a angústia de uma vida moderna absolutamente incapaz de se sustentar em suas estruturas é incrível. É algo que há muito tempo não se via no cinema - arte-ciência moderna por excelência.
O mesmo cinema que adora mostrar danças e músicas para confortar as platéias decadentes é também o que mostra o fim dos tempos na degradação dos ideais pregados pela TV. A mesma TV que publiciza os avanços é a que divulga novos vírus e epidemias. O universo criado por Ming-Liang é aterrorizante em seu realismo. E também bonito, em sua simplicidade dos intervalos com a música de Grace Chang.
Lá os apartamentos, cubículos de Taiwan são continuidades do corpo dos personagens. Em The Hole o todo se vê nas partes, e o contrário também. A perfeição com que o diretor nos passa a angústia de uma vida moderna absolutamente incapaz de se sustentar em suas estruturas é incrível. É algo que há muito tempo não se via no cinema - arte-ciência moderna por excelência.
O mesmo cinema que adora mostrar danças e músicas para confortar as platéias decadentes é também o que mostra o fim dos tempos na degradação dos ideais pregados pela TV. A mesma TV que publiciza os avanços é a que divulga novos vírus e epidemias. O universo criado por Ming-Liang é aterrorizante em seu realismo. E também bonito, em sua simplicidade dos intervalos com a música de Grace Chang.
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