Essa ópera-rock teve início em um livro, do inglês Tim Rice, chegou ao cinema e logo após ganhou a brodway em espetáculos voluptuosos em orçamento. Gastam , talvez, mais que 100 vezes a paixão de cristo que acontece em nova jerusalém, em Pernambuco. A propósito, estamos falando do grande espetáculo da mídia - e de como o Jesus Cristo ganhou o status de superstar.
O filme é uma obra prima do espetáculo midiático. A crítica a ele próprio fica evidente no momento do distanciamento de quem vê o filme com o que ele quer nos fazer identificar. Como nas tragédias gregas - a citação é direta pela locação de filmagens, as ruínas da grécia antiga, todos cantam para os que esperam a moral do filme. A música também é de um inglês, Andrew Lloyd Webber, já conhecido por outros musicais anteriores - e sempre subversivos.
O destaque fica pra Judas, o tentado pelo demônio que conhece mais de Cristo que qualquer pessoa - inclusive o enviado por Deus. Cristo, um hippie nas entrelinhas, é levado por um Deus transcendente que está no destino e na natureza. Judas, o traidor, é um tipo mais próximo dos panteras negras, um revolucionário que sabe da inevitabilidade da luta. A discussão entre os dois é imensa, e esclarecedora até demais. No filme Judas não é mais que um homem, que sente as dores dos homens muito mais que o tipo ideal que é J. C. Este tem de tudo, e de todos a seu lado.
Porém... A indústria da tentação é maior, e se não corrompe manda assassinar. Judas vira o rosto porque ele tem proximidade com o demônio - não seria demais dizer que ele é o demônio , no filme. Um cantor de blues que fez um pacto com o devil. Neste âmbito, o espetáculo de consuma com Jesus sendo crucificado, e Judas perguntando : "por quê deixar chegar até esse ponto?"
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