Algumas observações bem básicas sobre esse filme de Polanski. O Inquilino tem o próprio diretor como ator principal. É talvez um dos melhores filmes para se ilustrar a discussão do EU, sob a perspectiva mais contemporânea - que muito deve à psicanálise lacaniana. A história se passa na França, mas é todo falado em inglês.
No fundo Polanski faz uma crítica pesada ao país - a França preconceituosa. Aquele prédio serve como alegoria da nação mais tradicional. Em outro fundo ele também mostra como essa França tradicional é muito mais forte que qualquer levante jovem da década passada, que os deixa sem opção a não ser a loucura. Com sua narração clássica, mas lembrando o teatro do absurdo, o diretor deixa seu filme mais polêmico, mais cheio de espinhos para o eterno espectador inerte.
Em "O Inquilino" Roman Polanski ultrapassa sua autoralidade já conhecida. O filme não é só um suspense como Repulsion, ou Rosemary Baby. Outras nuances mais políticas aparecem para dar atmosfera ao filme. Se não for o melhor, é o mais visceral do diretor.
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