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Mostrando postagens de julho, 2009

A Erva do Rato (2009)

Se alguém tinha dúvida de que o cinema de autor ainda poderia ser feito hoje no Brasil, e com uma qualidade bem próxima, até superior, ao cinema desse tipo que era feito nas passadas décadas de 60 e 70, agora não tem mais. Bressane, como um diretor que quer fazer de sua imagem um ícone da resistência do tipo de cinema citado, chega ao cume de sua arte cinematográfica feita ao público – algo que antes parecia causar ódio ao diretor, vendo o estilo histórico brasileiro, ou mesmo épico aberto desse intelectual. Há muito diziam que ele tinha guardado a herança da narrativa de Glauber Rocha. Só que, em seus épicos como São Jerônimo, ou mesmo o Brás Cubas, Sermões de Padre Antônio Vieira, lembrávamos tanto de Glauber quanto um Jodorovsky mexicano. A razão de Bressane, hoje, ter deixado de lado as elucubrações monumentais e imagéticas de um cinema preocupado com causas da escritura nacional estão quase que evidentes na metalinguagem de Erva do Rato. Parte então, ele, para um drama estabeleci

Meu mundo em perigo – José Eduardo Belmonte

Num ambiente de cinema que preza pelo preciosismo do maquinário e do ideal de uma retomada meio futurista (sem nada ter a ver com uma aproximação da vanguarda que teve esse nome), meio tupiniquim sem fronteiras, meio natureza global de Meireles, ou de um lado de Salles, a ordem é “senta e vê como estamos andando”. A passos curtos na história (e na História) e na narrativa, e a passos largos no posicionamento de um cinema bem estruturado. Mesmo que historicamente, ou em estruturas narrativas. O problema desse cinema da pós-retomada, ou do cinema da retomada tardio, é não entrar na História – sem fazer histórias e sem entrar no cotidiano real do que anda acontecendo conosco hoje em dia. Em Meu Mundo em Perigo (2009) existe um real, que com a ajuda de Mário Bortolotto se conseguiu chegar, com a fantasia necessária de uma política bem armada com uma psicologia dramática dos diálogos. Longe de um filme que queira atingir muitas platéias cheias de cinema – afinal, cinema hoje não quer mais d