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Mostrando postagens de abril, 2007
03/09/2004 Moradores de rua discursam: um dia histórico na Câmara Municipal de SP por ALCEU LUÍS CASTILHO Cinqüenta e quatro das 55 cadeiras utilizadas pelos vereadores paulistanos foram ocupadas nesta quinta-feira por representantes das pessoas em situação de rua, na Câmara Municipal. Uma vela foi acendida na mesa do plenário, em homenagem aos seis moradores de rua assassinados a pauladas ali bem perto, na região da Praça da Sé. O hino nacional foi tocado e teve seu som interrompido na metade. Todos continuaram cantando. Eram sobreviventes. Cerca de 15 deles empunharam o microfone e falaram - seus discursos serão publicados no Diário Oficial do Município. Falaram sobre a chacina, contaram como vivem, cobraram do poder público, da sociedade e da mídia ações sistemáticas em relação à população de rua. Emocionaram-se. Ganharam aplausos. Alguns falaram apenas uma frase. Outros, discursos com direito a citações da mais valia, o conceito marxist
Não é que a arte moderna não fale nada, ou apenas queira o nada, ou talvez não queira contar acontecimentos. Perceba, quando uma história moderna é contada, algo de fora quer ser chamado naquele momento em que o contador e o ouvinte estão dialogando (um falando e outro esperando). Enquanto o narrador fala, fala, fala, fala, fala, o espectador ouve, ouve, ouve, e perde a atenção de vez em quando. O problema talvez seja essa atenção dispendida, e massacrada, durante a modernidade. Se você que gosta de obras clássicas, vê um Picasso acaba não só xingando, como dizendo que é uma falta de respeito comprarem um quadro dele por milhões de US$. Justamente, exatamente, essa era uma das intenções, e o espectador entendeu sem saber. O envólucro da obra vem com ela - esse é o mundo no qual ela foi feita, como um arranhão, por exemplo, na tela que fica pra sempre. Esse arranhão é a falta de compreensão do mundo, a dificuldade em se estabelecer um dispositivo que deixe todos à parte do que "aco

Espetáculo #X

Juliana Paes, pessoa que ganhou muita notoriedade na mídia nacional devido àquela novela chamada celebridades, hoje ganha outras coisas com sua propaganda da antártica. Assim funciona a venda de seu capital simbólico acumulado. Juliana espetacularizou-se, logo após vendeu-se para a antártica. Até onde vai a realidade de Juliana? Pergunto: até onde a pessoa que vemos na propaganda comercial é Juliana Paes Leme? Já conhecemos todo seu corpo - ele está na internet, quem quiser que o procure. Já conhecemos sua voz. Já sabemos até, se procurarmos nos aprofundar na personalidade de sua atuação, como ela pode se comportar em determinadas situações. Ela mesma aparece em programas para exibir-se em carne e osso, não como personagem. Mas até onde podemos dizer que Juliana é Juliana? Não há problemas nisso. A escolha é justamente em desumanizar-se para tornar-se algo que não se deu outro nome, a não ser um corpo que, subjetivamente encarna devido tipo e continua até onde seus movimentos, suas po
ANTROPOFAGIA Esta rama demasiado olvidada de la antropología, la antropofagia, no se muere; la antropofagia no ha muerto. Hay, como se sabe, dos formas de practicar la antropofagia: comer seres humanos o ser comido por ellos. Hay también dos maneras de probar que uno ha sido comido. Por el momento sólo examinaremos una: si La Patrie del 17 de febrero no ha disimulado la verdad, la misión antropofágica enviada por el diario a Nueva Guinea habría logrado un éxito total, tanto que ninguno de sus miembros habría regresado, excepción hecha, como corresponde, de dos o tres especímenes que los caníbales tienen la costumbre de dejar con vida para encargarles trasmitir sus saludos a la Sociedad de Geografía. Antes de la llegada de la misión de antropofagia, es verosímil pensar que, entre los papúes, esta ciencia se hallaba en pañales: le faltaban los primeros elementos, los materiales, nos atreveríamos a decir. En efecto, los salvajes no se comen entre ellos. Más aún, se desprend