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Mostrando postagens de março, 2006

Dois cachorros - fora da competição

Palocci era um homem respeitável. Um Liberal não tão conservador – víamos isso somente nos olhos subservientes dele. Era um novo emergente, que adorava estar no poder que estava. Os já familiarizados com a tal riqueza no Brasil, aqueles coronéis armados que atiram porque sabem o clima de barbárie que vivemos, não gostaram muito da presença daquele economista - não parecia muito confiável. O certo, pelo menos, é que Dirceu e Palocci, agora em casa, não percebem o momento político que vivem. Dirceu menos ainda, porque seus direitos políticos foram cassados. Um livrinho, uma entrevistazinha, umas declaraçõezinhas de nada fariam a direita se estremecer lá no congresso – mas eles viverão e vivem calados como bons cães de guarda dos coronéis. Dirceu e Palocci são ícones da classe média brasileira, agora: aquela medrosa que sempre falha ao falar do povo, e sempre perde quando age um pouco mais do que pode. E o que ela pode? Quem diz são os maiores... Ou os caras de fora, o FMI, os Suecos, Ho

internet a serviço da desordem da porcaria do mundo da publicidade

Jerry Rubin. Militante da esquerda revolucionária dos EUA. Fundou o partido dos jovens (Yippie). Mobilizou passeatas contra a guerra do Vietnã. Escreveu um livro... A nike resolveu pegar o título do livro. acabaram-se intuitos revolucionários. Just do it. Eu acho que não é pra do it. mas quem sou eu pra achar alguma coisa diante da publicidade?

ESTAS ÁREAS SÃO PARA ALUGAR

Insensatos os que lamentam o declínio da crítica. Pois sua hora há muito tempo já passou. Crítica é uma questão de correto distanciamento. Ela está em casa em um mundo em que perspectivas e prospectos vêm ao acaso e ainda é possível adotar um ponto de vista. As coisas nesse meio tempo caíram de maneira demasiado abrasante sobre o corpo da sociedade humana. A “imparcialidade”, o “olhar livre” são mentiras, quando não são a expressão totalmente ingênua de chã incompetência. O olhar mais essencial hoje, o olhar mercantil que penetra no coração das coisas, chama-se reclame. Ele desmantela o livre espaço de jogo da contemplação e desloca as coisas para tão perigosamente perto da nossa cara quanto, da tela de cinema, um automóvel, crescendo gigantescamente, vibra em nossa direção. E assim como o cinema não apresenta imóveis e fachadas em figuras acabadas de uma consideração crítica, mas unicamente sua proximidade teimosa, brusca, é sensacional, assim o reclame genuíno aproxima as coisas a ma

À mente(ira)

A incidência da realidade em nossa percepção é um caso de vida. Desde experiências passadas que nos dão o arcabouço gustativo, até a abertura de nosso tato para novas texturas, sejam elas visuais ou auditivas – nossa vida se faz única e decididamente pelo acaso. Muito mais hoje em nossos tempos modernos. A organização do mundo sem deus é reclamada a toda hora. Está em nossa frente, a máquina. Está em nossa bandeira verde, a ordem. Está em nosso discurso, o destacamento do mundo para o papel, a retirada da incerteza de caminhos não trilhados (ou mesmo os já conhecidos, porém, quem sabe o que há nele agora neste presente...). São leis, o que querem nos organizar. São instituições o que nos fazem organizar – nos constituem. Acima disso tudo está um flutuar que perpassa a mais antiga noção de metafísica, a mais nova acepção de crença. Não se trata de transcender para nos dar o lugar ideal de se comportar. Trata-se apenas de planejarmos a menos desconfortável maneira de se encarar a trágica

A lei do primeiro emprego na França

Na REDE GLOBO DE TELEVISÃO houve uma pequena matéria sobre a movimentação dos estudantes nas ruas de Paris. Quem estava lá era um repórter conhecido mas que me recuso a colocar o nome aqui porque vou recitar coisas a respeito dele que, acho, ninguém gostaria de ouvir. O reporterzinho não disse qual era a lei do primeiro emprego. Mas chamou alguns estudantes de BADERNEIROS. Esta é a palavra. BADERNEIROS. A palavra vomitada pela escória imbecil brasileira engravatada, que julga ser melhor que qualquer mendigo ou cachorro leproso que sorri pelas ruas. Essa escória safada, de gente negligente e ladra, além de ser cidadãos de bem que prezam pela sua segurança e odeiam violência, ama – eu disse AMA dinheiro, mandar e explorar. Eles AMAM chamar conflitos sociais de falta de diálogo. Acham que quem ateou fogo em uma banca de revista não foram estudantes, mas sim os tais BADERNEIROS. Pois. Eu não sou baderneiro. Nunca ateei fogo numa banca de revista. Mas se visse aquele repórter na rua certame

Alegria agora. Agora e amanhã.

Eu, mais um branquinho estúpido me aproveito de minha educação bem paga por minha família católica pra acabar falando de assuntos que talvez o comitê gestor da Internet não goste muito. Eu, um branquinho safado, me aproveitando da Internet banda larga pra falar de uma etnia. Falo porque a KKK ainda existe – e os jovens racistas ouvem HARDCORE. Mas a escravidão, vem você me falar baixinho no ouvido, existe desde que o homem se entende por homem, meu rapaz. Por que essa revolta toda, por que toda essa acidez? A escravidão foi quem fez as pirâmides, monumento que ultrapassa qualquer cataclisma histórico. Foi a escravidão que construiu as igrejas e palácios medievais, com milhares de hectares de jardins, e centenas de pedras amontoadas que nos levam às alturas. A escravidão, esquerdista otário, é uma coisa humana – deixe de ser inquieto e vá viver sua vida de merda. Constitua sua família e viva seus jantares. Há quem ache diferente, pode ter certeza, senhor conservador racista. A Ku Klux K

Raulzito na decadência era melhor que qualquer um hoje na ascensão

Larga dessa cantoria , menino Música não vai levar você a lugar nenhum Peraê, mamãe Guenta aí, guenta aí. Mamãe eu não queria Mamãe eu não queria Mamãe eu não queria Servir o exército Não quero bater continência nem pra sargento, cabo ou capitão Nem quero ser sentinela, mamãe, que nem cachorro vigiando o portão Não Desculpe Vossa excelência a falta de um pistolão É que meu velho é soldado e minha mãe pertence ao exército da salvação E as crianças: Marcha soldado, cabeça de papel Se não marchar direito, vai preso no quartel Sei que é uma bela carreira mas não tenho a menor vocação Se fosse tão bom assim, mainha, não seria imposição Não Você sabe muito bem que é obrigatório , e além do mais você tem que cumprir seu dever com orgulho Mamãe eu não queria Você sabe muito bem que é obrigatório , e além do mais você tem que cumprir seu dever com orgulho e dedicação Mamãe eu morreria Mamãe, mamãe, o exército é o único emprego pra quem não tem nenhuma vocação , mulé Mamãe, mamãe, eu... ( tiros)

O que tem Karl Marx a ver com o assunto?

Um véio doido... véio véio... Eu queria tanto que ele fosse novo, mas é véio. Um véio doido. Varrido. Marx não é mais levado em consideração porque um dia ele levou a Rússia a uma ditadura das mais genocidas que existiram. Uma ditadura bem moderna, coisa de gente nova, e não de véios. To falando do Karl Marx, não do Groucho Marx. Pois então: Marx não pode, até hoje, ser motivo de gozação pra uns. Eu é que sou ozado e brinco com o nome do profeta. Mas tem que brincar, porque tem um bando de imbecil que gosta de brincadeira, e só assim começa a ouvir o nome do véio. Véio doido, varrido. Marx saía nas ruas da social democracia pra aglomerar a esquerda doida anarquista, caótica, e dar uma direção a essa luta social de séculos entre oprimidos e opressores. Falando nessa tal dicotomização, tem gente que acha que política é coisa de gente velha. Pois então: véio doido varrido. Marx já foi jovem e já brigou muito com muita gente. Escreveu até livros pra brigar com uns amigos de luta, como Phro
Mais antiga que a linguagem é a imitação dos gestos, que acontece involuntariamente e que ainda hoje, com toda a supressão da linguagem gestual e a educação para controlar os músculos, é tão forte que não podemos ver um rosto que se altera sem que haja excitação do nosso próprio rosto (podemos observar que um bocejo simulado provoca, em quem vê, um bocejo natural). O gesto imitado reconduzia o imitador ao sentimento que expressava no rosto ou no corpo do imitado. Assim aprendemos a nos compreender; assim a criança aprende a compreender a mãe. Em geral, sensações dolorosas eram provavelmente expressas também por gestos que causavam dor (por exemplo, arrancar os cabelos, bater no peito, distorcer e retesar violentamente os músculos do rosto). Inversamente, gestos de prazer eram eles próprios prazerosos, e com isso se prestavam a comunicar o entendimento (o riso como expressão da cócega, que é prazerosa, serviu também para exprimir outras sensações prazerosas). – Tão logo as pessoas se en