Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2008

o mito feminino

Imagina uma moça que sai do interior de Catolé do Rocha na Paraíba e vai direto para a globo, ganha as telas das novelas e surpreende com sua beleza diferente. Uma beleza meio avançada para a época, mas que não soa destoante ou corrosivo para aqueles mais tradicionalistas. Ela então pinta seu cabelo e canta para o presidente parabéns pra você. Bem sabemos que isso não faz sentido algum. Mas nos EUA fez – assim que, mais ou menos, nasceu um mito das telas que influenciou o mundo, tal como fez um dia James Dean. Marlyn Monroe praticamente criou o clichê de mulher pop. Ela é a criadora tanto da Madonna quanto da imagem de Britney Spears. A sua sexualidade foi explorada tal como o cinema bem sabe fazer , através do erotismo do mostrar-sem-mostrar. Nada mais enlouquecedor para as feministas – nada mais generoso para com elas, também. Marlyn foi um símbolo de liberdade feminina. Só que não é consenso esse papel de Marlyn entre as mulheres. Afinal, as pessoas lembram que ela se casou com um j

entrevista rápida - Ismail Xavier ( Foto - O cangaceiro, de Lima Barreto)

Autor de ensaio sobre obras de Glauber Rocha avalia produção nacional Com o livro "Sertão Mar", o professor e crítico de cinema Ismail Xavier esquadrinhou o fenômeno do cinema novo, pela análise da obra de seu maior autor, Glauber Rocha (1939-81), e de sua crença numa "estética da fome" como vetor para uma cinematografia nacional com traço próprio e consonância com a trajetória do país. Escrito em 1983, "Sertão Mar" tornou-se um ensaio obrigatório ao estudo de um aspecto relevante da cultura brasileira, mas estava inacessível a novos leitores, já que os exemplares esgotaram nas livrarias. Esse paradoxo deixou de existir neste mês, em que "Sertão Mar" (232 páginas, R$ 49) ganhou reedição da Cosac Naify. Um quarto de século após seu lançamento, "Sertão Mar" oferece ocasião para refletir sobre o cinema brasileiro de hoje, conforme Xavier atesta, na entrevista a seguir, que concedeu à Folha antes de partir para uma temporada de três meses

Via Láctea - Lina Chamie - 2007

O filme acabou incomodando algumas pessoas com o frenesi junto aos planos fugazes e rápidos. Mas é assim, São Paulo. E é assim também a loucura do limiar entre a realidade e aquilo que se sonha. É assim o cinema. Principalmente um cinema mergulhado no passado vanguardista com olhos na natureza distante de nossa realidade seca. Seca e concreta, brusca, sem saída. Essa vanguarda, nova, essa revisitação às nuances da fotogenia e da natureza que nos assassina e aterroriza. O jeito de se falar em uma arte pela arte hoje é entrar na ciência, na ficção científica – paradoxalmente. Uma poesia parnasiana no meio dos prédios e de um trânsito de carros, um tráfego interminável via a morte. Não é entediante, mas deixa alguns espectadores brasileiros sem paciência no jogo de esconde e esconde, de acontece e não acontece. Um jogo literário transposto para as telas, que puxou uma bela mise em scéne proposta aos atores, que estão profundos em suas interpretações. Marco Ricca, principalmente, que

Chris Marker, entrevista feita para globo on line

Entrevista Com Chris Marker Na mostra de fotos da galeria Peter Blum, está disponível uma cópia de uma dessas raríssimas entrevistas de Chris Marker, feita por email por Samuel Douhaire e Annick Rivoire, para o jornal Liberation, em 2003: LIBERATION: Cinema, fotonovela, CD-Rom, instalação de vídeo... Existe algum meio que você não experimentou? MARKER: Sim, gouache. LIBERATION: Por que você concordou que apenas alguns de seus filmes fossem lançados em DVD e como fez a escolha? MARKER: Vinte anos separam “La Jetée” de “Sans soleil”. E outros vinte anos separam “Sans Soleil” de hoje. Nestas circunstâncias, se eu fosse falar em nome da pessoa que fez esses filmes, não seria uma entrevista , mas um debate. Eunão acho que escolhi ou aceitei: alguém falou em fazer e foi feito. Eu já sabia que há certa correspondência entre esses dois filmes, “La Jetée” e “Sans soleil” e não precisava explicar isto. Até que eu encontrei uma nota anônima sobre meus filmes, publicada num programa em Tóquio, que
Jim entrou para as mobilizações culturais, ou contraculturais, da década de 60, como um agitador sexual e um drogado incompreensível. Foi preso, e nem por isso deixou de cantar insanidades pelo mundo. Ele iniciou seus estudos na Universidade da Califórnia, em cinema. Foi colega de Oliver Stone, um dos remanescentes de uma escola de cinema mais próxima do underground e das críticas sociais, nos EUA. No vídeo a seguir, Jim é garoto propaganda daqueles mais superficiais possíveis, um modelo usado para propaganda da universidade (outra, não a UCLA) - mas ele foi, durante a publicidade, um dos que não conseguiu a vaga para os estudos. Por que Jim Morrison foi preso? E por que ele ganhou a vida fazendo arte subversiva, na maioria das vezes? Ora - ele poderia muito bem ser um garoto propaganda de grandes corporações... Esse recado vai para quem ainda acha que a publicidade é completamente neutra e ascéptica. Ela é um método, que infelizmente, quanto mais se passa o tempo, mais ela fica sem co