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Mostrando postagens de novembro, 2012

Claustrofobia em um não lugar citadino - Cosmópolis, David Cronenberg

o "rato" se torna mercadoria em Cronenberg Em apresentação na sua primière na França, Cannes, críticos falam do pecado de Cronenberg neste filme que parecia ter tudo para nos clarificar sobre nosso atual patamar contemporâneo. Esteticamente, políticamente, financeiramente. O pecado havia sido o tempo estático - sem maiores ações, sem maiores sentimentos afetivos. Cronenberg rebate: o filme fala de uma claustrofobia, não podia ser diferente. Representado pelo jovem ator Robert Pattinson, este que, certas vezes, parece não querer atuar - uma qualidade que rememora um ponto alto alcançado por Pierre Clémenti, por exemplo -, o protagonista de Cosmópolis quer apenas cortar o cabelo. "Drama" joyceano, do livro de DeLillo. Ao lado de toda sua saga rumo à periferia da cidade, local onde fica seu barbeiro de infância, uma série de acontecimentos inúteis tangenciam sua rotina. A grande fatia do tempo fílmico é gravada dentro de uma limousine equipada com artefatos da no
No Brasil, a figura do intelectual é associada ao trabalho do jurista, e a do cientista ao trabalho do médico. Antigamente era assim - médicos e juristas eram também governantes, prefeitos, escritores, farmacêuticos, jornalistas, etc. Às vezes tudo isso junto. Pensar assim hoje em dia é uma aberração, mas isso ainda se vê em muitas cidades. Médicos e advogados (ou juízes) são trabalhadores como quaisquer outros. Não há porque terem privilégios ou status social diferenciado. Traços do elitismo de uma sociedade atrasada cultural e economicamente - há que se fugir desse estigma. Há bons profissionais e péssimos profissionais em qualquer área.

007, publicidade, redenções, etc.

James Bond como aquele galã que nos amava, está velho. Funcionando bem, claro, mas já quase inutilizado. Agente do império atual capitalista, ele é moldado por Sam Mendes, ótimo diretor, numa aventura contra os turcos, chineses, traidores e toda a velha escória que a Europa distingue como os Inimigos terroristas e mafiosos. Ainda que tenhamos essa aventura politicamente muito incorreta, percebe-se uma autocrítica muito própria ao universo jamesbondiano. É que não há resposta plausível para tanta retaliação, pra tanta investigação titubeante, pra tanta morte nessa guerra contra o terror. Antes eram os comunistas, hoje são os subdesenvolvidos mestiços que ocupam as periferias metropolitanas europeias - haja cofidência nessas aventuras ditas ingênuas. O império contra ataca. O diretor, conhecido pela falta de misticismo diante desse mundo americanizado, beligerante, middle class farto de possibilidades ingênuas dadas pela propaganda, rende-se ao triunfo do mito inglês. Mito criado por Ian