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Mostrando postagens de abril, 2009

OS DOIS BRASIS - de Gianni Amico

Glauber - Leon. Leon - Glauber. Para mim, sobretudo, dois amigos. Daqueles de quem a gente traz os filhos sobre os joelhos, daqueles que trazem sobre os joelhos os filhos da gente. Raramente escrevo sobre cinema. Faço-o quase exclusivamente para apresentar meus novos filmes, coisa, por si, já rara. As duas últimas vezes o fiz justamente para escrever sobre Glauber e Leon. Dentro da emoção pela morte de ambos. Glauber e Leon foram - é impossivel não recordar - dois dos quatro irmãos com que privei mo transcorrer de poucos amos, poucos meses. Os outros dois foram Arges Ristum "Il Turco"e Enzo Ungari. O Turco era exilado em Roma mos amos setenta, porta-bandeira da colônia brasileira da época. Ai conheceu Glauber e Leon, tendo trabalhado com ambos. Com seu inato camaleonismo, com sua atávica soturnidade, foi capaz de integrar-se a um e ao outro, conseguindo "traduzi-los". Por Glauber, Enzo viveu uma de suas inflamadas paixões intelectuais; com Leon teceu uma verdadeira
Moscou de Eduardo Coutinho (2009) Coutinho deixou, realmente, a velha procura por um documentário popular. E o que o fez deixar, só ele pode explicar. A vertente que permeia sua tentação cinematográfica atual é a de um filme em que não haja mais uma divisão cerrada entre o verdadeiro e o mentiroso, e, numa espetacularização própria do contemporâneo, a não problematização do verídico. Assim, ele parece voltar ao seu primeiro modo criativo, que era sim a ficção, e era sim a narração cinematográfica. Se em seus documentários anteriores a regra era a demonstração de um imaginário de costumes do povo, desde sua investida etnográfica, ou mesmo curiosa a respeito das classes mais baixas do país, o que na era da militância do PCB se chamava proletariado, o lado escolhido agora é o da investigação da cena. Vejamos Jogo de Cena , e percebamos isso. Mas não só da cena por si – afinal é uma investigação, e, nestes casos, nada fica em si. Como se vê em outros textos aqui pela internet, Coutin