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Mostrando postagens de setembro, 2010

Wall Street - o dinheiro nunca dorme (2010)

Todo garoto de 8 anos de idade sabe que Wall Street é quem domina o mercado mundial com agentes que conspiram por entre os celulares da veloz vida pós-moderna. Mas o garoto que tinha 8 anos, na época do primeiro episódio do filme Wall Street, de Oliver Stone, 1987, não dava a mínima para essa liquidação de imagens de New York - que, diga-se de passagem, àquela época tinha sido um furacão para uma mente mais acomodada. Digo isso porque o primeiro filme é uma avalanche de informações, em um universo muito pouco afeito ao didatismo, e terminantemente pronto para avançar em uma crítica densa ao tipo de especulação da economia regulada pelo setor financeiro. De tanta informação que dava, o filme chegou, apesar da crítica severa feita ao herói Gordon Gekko (um nome fashion, pelos rumores pops da década de 80), ao patamar de grande obra explicativa do mundo real de Wall Street. Bem... ao compararmos o primeiro filme com este que acaba de entrar no cinema, percebemos o quanto aquele estava dis
A Monalisa, quadro do século XVI (começou a ser pintado no início deste século), é uma conhecida pintura-retrato de uma possível modelo - alguns estudiosos pendem para o argumento de que La Gioconda seja Isabel de Aragão, uma duquesa espanhola, patroa de Leonardo Da Vinci; outros dizem a monalisa ser um retrato da esposa de um grande comerciante da Florença, Itália. Entre a Corte espanhola e a Burguesia italiana, a modelo vista no quadro veste-se humildemente - sendo considerado isso um estilo bem peculiar da beleza feminina da época. Além dessa força das várias classes sociais que a possível personagem do quadro possa ter, há também o contraste entre o realismo e o figurativo na técnica da pintura. Falemos mais sobre isso. Aliás, é esse o aspecto mais gritante da influência desse quadro nos anos que o foram posteriores. O realismo, teoricamente, se diferencia do figurativo pela vida cotidiana sendo posta na arte, pela ironia do autor perante os fenômenos reais, da vida que pulsa no ma

Il Divo - Paolo Sorrentino - 2008

A Itália parece transpirar política familiar. Disso saiu uma guerrilha corruptora e corrupta, chamada Máfia. Um agrupamento provinciano, mas, ainda que seja pequeno, forte em influência pela violência usada em seus "métodos de persuasão". Um caso icônico foi o do eleito primeiro ministro, "presidente", Giulio Andreotti. Aqui, abaixo deste post, vai uma das apresentações "ingênuas" do político da Democracia Cristã. A opção pelo tema político, aliás, não é rara por lá. Só lembrar de um grande premiado, Il Caimano (2005, Nanno Moretti), que brincou com a eleição de Berlusconi. Sim, este que recebeu um objeto no rosto nas ruas, e quebrou alguns dentes de um, segundo a mídia, problemático mental. A opção, aliás, não fica só no tema árduo - tangencia, sempre, a ironia. Em Il Divo essa brincadeira se assemelha a uma dança psy, indie, pop. O grande mafioso, já que foi condenado pela justiça, é um palhaço vivido por Toni Servillo - que não é reconhecido por conta d

A Câmera Arma

Major Thomaz Reis segura sua arma contra outra arma que é apontada a ele. Participou de entradas fora das bandeiras, mas no contexto de crescimento das fronteiras brasileiras - também -, no início do século passado. Levava sua câmera-arma para a floresta, e captava o kairon indígena. Era o câmera de Marechal Rondon, por isso tinha munição suficiente para aprisionar almas. Em seu olhar, distante e panorâmico, vê-se a intenção de assassinato cultural, e de civilização de culturas tidas como inocentes, bárbaras, distantes do mundo ocidental. Não há curiosidade.

Lugar menor para nada

De qualquer maneira é bom saber que em lugares menores sempre está algum tipo de pensamento mais apegado aos lugares que são tidos como grandes. Mesmo sendo, algum destes lugares, um apreciado pela força de alguma energia que se enfraqueceu com a chegada de grandes construções. Não falo da energia natural, maya , algum deus e , ou , deusa que procura unir pensamentos em torno de alguma cultura agrária, ou algo deste tipo. Falo sim de uma espiritualidade mais concreta, mais fincada às expressões imagéticas - uma expressão que qualquer uma pessoa pode, hoje, ter. Inclusive ter melhor do que em escrita. Afinal, um analfabeto conseguiria filmar ou fotografar melhor que escrever. Será mesmo que isso tem alguma ligação com a realidade? Acredito que se deixamos nos levar pela idéia de que as imagens não são lidas, chegamos ao impasse de que nada pode ser descrito, ilustrado, exemplificado. Porque uma imagem é uma imagem, como Um Homem é um Homem (ou Uma Mulher é Uma Mulher ) - ou uma foto é u