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Mostrando postagens de setembro, 2009

O cinema novo

Grupo de amigos que vinham de contextos e lugares diferentes - mas com mesmo ideal. Nelson Pereira dos Santos havia sido um presidente do grêmio estudantil que partira para a militância próxima do Partido Comunista. Naquela época, como ele mesmo fala, o Partidão era outra coisa. Nisso ele encontra vários outros que viriam a se tornar também belos produtores de películas modernas, tais como Arnaldo Jabôr , Leon Hirszman , Paulo César Saraceni. Aqueles jovens de uma elite morgada, classe média carioca que saía de uma bela ressaca desenvolvimentista de JK, bolaram planos que ficaram para a história. Tudo viria ganhar em barroquice com a vinda do jornalista Glauber Rocha da Bahia. Domingos de Oliveira e Joaquim Pedro , da elite mais pra cima das estatísticas sociais, davam aval ao cinema que - agora sim deveria ser feito com precisão e seriedade. Carlos Diegues , Luís Carlos Barreto e Zelito Viana vinham mais tarde. A onda era nova no mundo, e o Rio de Janeiro sabia que dava pé subir

Pierrot Lunaire

Não faz parte do carnaval, ou simbolos populares, apenas a felicidade. Baptiste, do filme de Marcel Carné, Les Enfants du Paradis ( Boulevard de um Crime, no Brasil) é o suicida melancólico, ainda que fora da composite moderna (ou, para alguns, pós-moderna). Baptiste é único, como pierrot, e ganha as platéias na maneira triste... Detalhe para sua vida na rua, como um vagabundo que procura sua amada. Por essa razão a polícia, como a realidade imposta à sua brincadeira fantasiosa, não tem piedade para com ele. O filme de Carné mistura, em vários níveis, a realidade "documentária" e a ficção "simbólica" . Sai da moderna briga com o cânon europeu, e adota um ponto de vista dramático com o uso de personagens da commedia del arte. Outro tipo de vanguarda, a propósito. Uma mais humilde, tímida, tal como é Baptiste.

Castellos de areia

Manuel Castells chega a nos contar, a nós latino americanos, que somos praticamente a razão de grande parte de crimes que acontecem nos EUA. A perspectiva desse autor é clara - a da globalização, e de uma possibilidade de interação pacífica entre as mais diferenciadas nações. Perspectiva, portanto, representativa - fora do âmbito de discussões no campo da cultura. Isso porque, se este autor tivesse entrado no campo das discussões de costumes, de habitos, vícios, posturas e visões, teria percebido que o Narcotráfico que é estruturado como um sub-mercado é, na verdade, uma reminiscência de períodos fascistas que houveram em grande parte da América do Sul - quando não financiados, observados com entusiasmo pelos EUA. Resumindo a celeuma aqui: o buraco é mais em cima. Em início de Milênio, os livros sobre sociedade em rede, no capitalismo da informação de Castells, já parecem antigos. Na verdade, ou no fundo, parecem um dos últimos respiros da sociedade informacional midiática hegemônica