O que aparenta, em uma pequena aldeia, não é. Essa pequena aldeia, no longo tratado sociológico e artístico (porque não há uma palavra que una a lógica e a arte? arriscaria algo como... artilógico) de Michael Haneke, é uma condensação do que acontece em qualquer meio social. Ainda que o narrador da história, o personagem do professor da aldeia, diga logo no início do filme que aquilo que ele está para narrar pode ser mentira, todos se vêem no impasse de acreditar naquilo que ele nos conduz pela sua amarração de argumentos. Fato é, que, Fita Branca passa longe de uma ingenuidade, de uma observação distante, de um olhar fatídico, tal como qualquer análise etnográfica faria. O filme é uma arte de perceber as entrelinhas de um agrupamento humano. E se lembrarmos que, não por gratuidade, não vemos um documentário, entramos na imensidão ficcional, na mente abismal criadora de um cineasta, que consegue nos convencer com sua precisão que o cinema ainda passa realidade - na época do exagero del...
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