Dentre as cineastas, esta se destaca imensamente. Não apenas por ter um manancial estilístico bem peculiar, daquela maneira que um cinema autoral demanda, mas por ter em seu currículo o filme Durval Discos (2002), além de alguns roteiros como do filme Desmundo (2002, Alain Fresnot), e O ano em que meus pais saíram de férias (2006, Cao Hamburger). Anna Muylaert é precisa em planos complexos, dentro de paredes e retângulos dos apertados condomínios de nossa vida de hoje. Em todos estes filmes lembrados, Anna se destaca também, talvez principalmente, como escritora de roteiros inimagináveis . Ela supera o mediano do drama escolhido pelo audiovisual nacional, o simples e melô – ao jeito da Globo Filmes. É algo que beira o surreal a língua de Desmundo , como também é a entrada de um cavalo em cena fechada num quarto na segunda metade do filme Durval Discos . Andar pelas tangências do absurdo parecia ser sua promessa, até que vimos o realismo tomar a dianteira em seus últimos roteiros. O...
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