Sobreviver aqui no Brasil não é tarefa para qualquer um. Quem se atreve a mergulhar no trabalho artístico, se mete em uma aposta quase igual a jogar na loteria. E quem se metia com arte, na década de 60, tinha plena consciência disso, não só porque se vivia tempos autoritários. Temos que concordar que nosso país foi, e é extremamente conservador no quesito artístico, e faz parte de qualquer cabeça mais inquieta essa reclamação. Ele foi, e é retrógrado em arte por diversos fatores que parecem extraterrestres, mas que passam pela incapacidade das famílias - arraigadas na presença da moral, da autoridade, da economia primitiva -, de entender que para que haja liberdade poética é indispensável uma atenção a estes artifícios simbólicos de nossa multiculturalidade inovadora. Pois bem – diante desse contexto, surgem artistas rebeldes em manejos surrealistas, e corrompem algumas atenções presas ao moralismo. Artistas, aliás, fora da classe média que não sabe comprar outra coisa que não seja a...
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