Na rebordose de Guy Debord, no ultimato de Wittgenstein, poetas se inserem nas ciências humanas. É a hora de Pierre Bourdieu, Althusser, Gilles Deleuze e Félix Guatarri conseguirem espaço pra suas verborragias com o socialismo completamente diluído, e tudo o que vinha dos jovens da década de 60 sendo incorporado às modas e à TV colorida. Se houve uma crise na literatura nos anos 50 e 60, nestes agora que estamos ela definha completamente. No máximo nós sentimos a péssima influência do jornalismo nas escritas. A última respiração vem com Hemingway.
O Glam do TRex, junto ao niilismo de Velvet Underground nos dão um arcabouço ao Pop. Andy Warhol surge pra ironizar com o mundo com seu ceticismo, pra usar a mídia contra ela mesma. Afinal de contas, o mundo que existe é o que aparece. E somente o que aparece que é bom, além de existir. Com o colorido industrial, o ganho contra a sociedade tradicionalista chega a seu cume, e os arquétipos femininos são usados e esgotados. De Warhol a David Bowie, de Pink Floyd a Led Zeppelin. A voz fina, a calma e a indecisão, a falta de objetividade, ao lado da apuração lisérgica progressiva se une com a luta pela inserção do mundo televisivo – as antigas bandas de jovens brancos que abraçavam o blues agora têm aviões. Já que os Beatles, sobreviventes do eruditismo no rock, estavam acabados, porque Hendrix, Joplin e Morisson não podiam também acabar?
Pra chamar a década seguinte, aparece o Punk. Claro que pra denunciar a baixaria que tinha virado o movimento hippie, com todos aqueles duendes e fadinhas, elfos e danças “dionisíacas” individualistas, completamente inseridas no universo de consumo dos shopping centers e ao neoliberalismo de Margaret Tacher. Na luta operária, trabalhista, quem vencia era o patrão, o pai de todos aqueles jovens antes subversivos por uma boa educação. E que se instale o hedonismo, pra acabar com a ultima das revoluções, que foi a sexual. O Punk veio de novo da periferia, e trouxe o reggae, assim como antes os jovens tinham encomendado o blues e jazz. Mas o sistema educacional ocidental já vinha falindo há tempos, com a falta de punho dos jovens de 60, e não se percebeu o pulso que o punk possuiu. Sex Pistols até hoje é vista como uma banda pop pelo mundo. Na verdade, ela e Clash, junto com Ramones e Dead Boys do outro lado do atlântico, tinham mais proximidade com o ambiente de periferias e bairros pobres que os jovens da década de 60. O que não os ajudou foi o preconceito de classes que sempre existiu dentro da mídia estereotipante – e o punk só existiu porque brigava contra a mídia, à
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