
E essa política é forte. É a que quer santificar e dar status, dar uma aura socialmente aceita, uma transcendência mítica que é completamente ocidental. Esse deux do Papa é comum à nossa realidade e dá caráter santo, beato, àquilo que entende como interessante para a comunidade católica.
O filme critica veemente essa falsidade da igreja, que ostenta riqueza mas não se explica racionalmente, não tem nada que convença a quem procure explicações - apenas é. Tal é a imposição da fé que o filho que sofre distúrbios mentais sente-se pressionado a gritar contra deus e a virgem maria - pressão que certamente o fez matar sua mãe, uma "estúpida católica" que armava também a morte de seu filho. Mas essa versão crítica também não convence a um católico, é apenas a do personagem principal - o tal artista iconoclasta.
A trama melodramática faz sentir o peso da política em uma família, sem mesmo vermos um só político ou instituição.
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