Manuel Castells chega a nos contar, a nós latino americanos, que somos praticamente a razão de grande parte de crimes que acontecem nos EUA. A perspectiva desse autor é clara - a da globalização, e de uma possibilidade de interação pacífica entre as mais diferenciadas nações. Perspectiva, portanto, representativa - fora do âmbito de discussões no campo da cultura. Isso porque, se este autor tivesse entrado no campo das discussões de costumes, de habitos, vícios, posturas e visões, teria percebido que o Narcotráfico que é estruturado como um sub-mercado é, na verdade, uma reminiscência de períodos fascistas que houveram em grande parte da América do Sul - quando não financiados, observados com entusiasmo pelos EUA.
Resumindo a celeuma aqui: o buraco é mais em cima. Em início de Milênio, os livros sobre sociedade em rede, no capitalismo da informação de Castells, já parecem antigos. Na verdade, ou no fundo, parecem um dos últimos respiros da sociedade informacional midiática hegemônica, ainda que marxista, de um século que já passou. Um século, aliás, movido pelo consumo, e pela criação de um aparelho chamado Televisão, o qual domina não só mentes, tal como uma paranóia à la Huxley nos permitiria confirmar, mas andares, falas, sotaques, vestimentas e tudo o mais.
O Roda viva com Castells teve o comentário de pessoas ilustres até demais, como Walter Clark, Roberto Civitas (dono da Abril, e por conseguinte da revista mais lida do Brasil há tempos, a Veja), Sebastião Salgado e do publicitário Washington Oliveto. A importância está no valor dado à mídia, ou às mídias, nesse início de século. Caso a perspectiva seja a centralizada na globalização religiosa do God Save The Queen, ou de In God We Trust, receamos dizer que não chegaremos ao consenso do consumo pacífico de imagens combinadas com a economia.
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