Não é pedra que a gente pensa que nos cerca. É muito mais ódio, competição. Não é concreto o que nos abraça. É a falsidade do ser morto, sem vida, e que quer sobre todos os acontecimentos tirar nossa vida também.
Não são máquinas o que nos ajuda. Nada tem nos ajudado, porque as máquinas vivem sozinhas. Se em um momento elas precisaram da gente, hoje elas estão bem sem nossa ação. Não é a vida que nos chama, mas a ação.
Não é aquilo que sempre parece ser. Não há mais o ser. Não existe o menor cabimento eu continuar escrevendo sob essa via.
Se tudo é morto, então porque continuar? Ou seja: porque não morrer do mesmo jeito que todos morrem: aos poucos na exploração da alienação de poderes, no cortar de nossos pulsos pra que não usemos nossas mãos e não despejemos sangue na salada e nos bigodes que ostentam probidade. Porque não se contentar com a cama, a barriga que vem crescendo, os cabelos que vêm caindo, se contentar com a doçura da preguiça, da calma do conformismo confortável, do quarto pálido e da família recém constituída que vê futuro na prole? Porque, então, não morrer desse jeito? Morrer politicamente.
Não há morte sem assassinos. Se morremos é porque nos matamos aos poucos, inevitavelmente, ou nos matam aos poucos. Isto não é inevitável. Nos matam nos deixando sem opções, sem possibilidade de ação, sem poder viver de maneira mais plena - sem ter que pensar em viver, por exemplo. Nos matam nos prendendo numa escrita repetida, numa impossibilidade da arte, na retilínea consciência da produção.
E produza, se não produzem por você. E, então, você se sente mais morto do que o que produz. Assim se cria a ilusão da vida, que nos reifica.
Texto inútil esse. Mas na inutilidade há muito o que se procurar, porque é nela que há mais liberdade. Não são as pedras que nos oprimem. São as estátuas sem passado. Sem passado.
Não são máquinas o que nos ajuda. Nada tem nos ajudado, porque as máquinas vivem sozinhas. Se em um momento elas precisaram da gente, hoje elas estão bem sem nossa ação. Não é a vida que nos chama, mas a ação.
Não é aquilo que sempre parece ser. Não há mais o ser. Não existe o menor cabimento eu continuar escrevendo sob essa via.
Se tudo é morto, então porque continuar? Ou seja: porque não morrer do mesmo jeito que todos morrem: aos poucos na exploração da alienação de poderes, no cortar de nossos pulsos pra que não usemos nossas mãos e não despejemos sangue na salada e nos bigodes que ostentam probidade. Porque não se contentar com a cama, a barriga que vem crescendo, os cabelos que vêm caindo, se contentar com a doçura da preguiça, da calma do conformismo confortável, do quarto pálido e da família recém constituída que vê futuro na prole? Porque, então, não morrer desse jeito? Morrer politicamente.
Não há morte sem assassinos. Se morremos é porque nos matamos aos poucos, inevitavelmente, ou nos matam aos poucos. Isto não é inevitável. Nos matam nos deixando sem opções, sem possibilidade de ação, sem poder viver de maneira mais plena - sem ter que pensar em viver, por exemplo. Nos matam nos prendendo numa escrita repetida, numa impossibilidade da arte, na retilínea consciência da produção.
E produza, se não produzem por você. E, então, você se sente mais morto do que o que produz. Assim se cria a ilusão da vida, que nos reifica.
Texto inútil esse. Mas na inutilidade há muito o que se procurar, porque é nela que há mais liberdade. Não são as pedras que nos oprimem. São as estátuas sem passado. Sem passado.
Comentários
abraços, amigo...