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manifestação contra qualquer tipo de subordinação artística sob olhar unicamente visual

veio a idéia só porque a gente vive hoje muito mais em um universo dimensionado visualmente, apesar de haver tanta coisa ao redor de nossa caixa craniana além da simples visão imagética. é por isso que nas universidades tanta semiótica é estudada, e tanta imagem é mostrada, na tentativa de uma aprendizagem nova, digamos até, pós moderna. Pois digo aqui nesse momento sorrateiro da vida pós moderna: não há imagem visual rica sem a presença da duração temporal. Não há riqueza, portanto, em ionizações de imagens neo-barrocas sem nenhum ganho espacial, sem nenhuma possibilidade de interpretação musical, sensorial tântrica, submarínica, atolada em pedreiras dos arrecifes nordestinos ou mesmo caribenhos. A possibilidade que nos é jogada no eterno , agora, jogo de cartas e dados moderno é a impossibilidade de avanço estético sem um posicionamento cinemático diante do mundo com pletamente tomado pelas corporações do audiovisual.

a frase é:

militantes ultrapassados de todo mundo, uni-vos na internet a fim de fazer filmes documentais sobre o som da exploração ( e se der, pega um pouco do aroma da elite).

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