NADA DE REVOLUÇÃO II
Oscar Niemeyer na Folha de S. Paulo escreve uma apologia ao velho Stálin - o conhecido burocrata que mostrou os novos caminhos de um comunismo fora de órbita, e anti-trotskista. Seria o verdadeiro sentido da revolução socialista, o levante stalinista em busca do desenvolvimento soviético?
Há muito se discute a presença desse comunismo tradicionalista e tacanho na esquerda brasileira. Mas há pouco esse assunto parece algo descabido. A presença do capitalismo de estado, tal como talvez um Kurz teria dado mais asas à imaginação do arquiteto, caso este percebesse que a fraqueza maior da União Soviética foi a industrialização aos moldes capitalistas no regime chamado comunista.
Pouco importa o posicionamento político de Niemeyer em sua obra? Sim - pouco importa. Afinal, o seu modernismo barroco futurista, quase pós-moderno antes mesmo dessa palavra pensar em aparecer, nos eleva ao degrau de país que dita cultura por onde aparece. No entanto, política mesmo, fica lá no fundo do poço, já que o próprio Niemeyer nem mesmo entende o que significa sua impostação de Brasília em um país de construtores e pedreros sem mesmo ter onde cairem mortos.
Fique ele, então, com Stálin e o sonho de uma revolução comunista aqui no Brasil. Como, meu caro amigo Oscar, entender essa esquerda alucinada pelo Sol quente embaixo de um ar condicionado de um gabinete bem decorado? Por que, aliás, vc não respondeu ao paraibano Vladmir de Carvalho?
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