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Uma escritora "beatnicka" nas bancas sem roupa, e sem cartaz

Fernanda Young não está lá muito para uma Silvia Plath, ou Hilda Hilst, muito menos para a musa, ou museu, agora só em imagem, Dercy Gonçalves - ela está para a globo, na estupenda globalização dos malfadados normais e em seriados sem graça.

Ela nua, na revista, mostra uma coragem sem sal, tipo suicide girls. Pin Up paulistana da rua Augusta (parte nobre e burguesa). Seria esse o limite da fortaleza feminina pós- novela das 8? Esse o limite simulado de uma imposição, de um novo lugar da mulher na sociedade machista e provinciana cristã brasileira?

Quem é de outro gênero, que se cale agora.

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