O rock and roll, começando com Muddy Watters, com o blues afirmando-se com uma batida menos improvisada aludindo a um passado mais negro, como o Jazz, mas extremamente violento, agressivo, religioso, gospel, pentecostal, protestante, rico, mostrava ao mundo uma cultura nova. Claro, era também música negra americana agredindo ouvidos brancos recatados, mas evoluiu ao ritmo único, unívoco, padrão do multiculturalismo adotado pela globalização pós-guerra - principalmente nos meandros da revolução jovem das décadas de 60 e 70, quando as indústrias culturais se tornaram mais fortes incluindo a presença daqueles melhores experimentos (are you experienced?) conjuntos entre o mais velho tradicional e o mais jovem pop. Movimento hippie, fuga do urbano, mas não da indústria. Movimento "just DO IT" de Jerry Rubin, movimentos ANTI-GUERRA (ANTI WAR), fim da guerra imperialista do Vietnã apoiada por todo o ocidente, na paranóia que afundou as causas perdidas do socialismo. O slogan é adquirido pela nike.
É então que, no quase fim de século, surge um movimento chamado PUNK.
Vagabundos tomam a indústria de assalto, porque agora o rock n' roll era feito por eles. Último suspiro de uma ordem (ou desordem) de jovens que se viam como os idealistas de uma nova era. Última arte avant garde, gritando por muito mais do que dinheiro. A indústria PUNK era contra a sociedade do espetáculo. E ela surge no centro do império - Inglaterra. Lá, os vagabundos iluminados conseguiram mostrar o fim das especulações sobre o que jovens querem em frases como "faça você mesmo". Cultura, contracultura, anti-cultura - esse foi o caminho crescente. Até chegarmos ao que não conhecemos ainda, que são grandes bandas de um rock morto, querendo matar o império cultural dos padrões estilizados por uma produção em série, feita sem muitas mudanças. O punk não conseguiu tirar forças do império, dentro dele próprio, mas deixou marcas, cicatrizes.
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