“E como já dizia Jorge Maravilha, prenhe de razão, mais vale uma filha na mão, do que dois pais voando”. Desculpe o exagero... mas se fosse pra se eleger o melhor disco já feito nesse país tabaréu que é o Brasil, digo, seria um chamado A Tábua de Esmeraldas (1972), de uma criatura chamada Jorge Menezes. Não existe nada comparado a esse disco em alturas psicodélicas, ou em cadências de samba. Duas coisas, ou dois mundos aparentemente irreconciliáveis. Jorge Ben saía da mistura maluca feita em discos anteriores, como o Samba Esquema Novo (1963), Ben (1972), Negro é Lindo (1971), ou o Bidú e o Brooklin (1967)... Aquele desconhecido chegava pra se colocar como um dos mais importantes e influentes músicos de sua geração, com seus erros perfeitos e batidas envolventes sentimentalmente. O início do disco já nos coloca na sala – tem que dançar, dançando. Se Chico Buarque, que fez o disco que compete pau a pau com o do Jorge, com seu Construção , se Chico tivesse um tino de malandro, e não atu...
arbeitsjournal brasileiro